28.12.2020

Recomeçar

* Por @felizardoreis

O ano de 2020 com certeza ficará marcado em nossa memória. Um ano que exigiu coragem, superação e muito equilíbrio. Não tenho dúvida que foi um ano desafiador pra todo mundo que conheço. E, diante disso, queria partilhar com você uma coisa que ouvi ontem da Bruna, quando eu falava dos meus medos, e que foi extremamente reconfortante: “amigo aproveita o agora, vive o presente, se preocupa com o hoje”. Esse áudio dela foi um refrigério na alma. E por causa desse áudio hoje eu pude acordar bem melhor e focar mais na palavra equilíbrio como ferramenta do caminho.

Tenho aprendido que equilíbrio é um compêndio de força, justa medida e concentração no que está acontecendo no exato momento. E eu acho que esse texto é uma vontade imensa de compartilhar essa frase: “Concentre no que está acontecendo no momento presente, esse é o desafio!

O equilíbrio, para mim, tem mais relação e significado com a capacidade de me concentrar no agora do que com um estágio em que quero chegar. No Yoga, por exemplo, sempre que vejo que alguém faz certas posições muito exigentes eu penso que para chegar exatamente naquele lugar aquela pessoa percorreu um caminho, esforçou-se, dedicou e pode ter caído muitas vezes.

O mais bonito desse processo de equilíbrio é que houve um esforço de si para se chegar ao ponto mais fundamental da existência: o equilíbrio de Si-mesmo. Alinhando assim, força, treino, processo, dia após dia de tentativas e buscas para ver ao longo do caminho que a gente pode se transformar.
Confesso que no início das práticas eu olhava para quem ficava de ponta cabeça e pensava que eu nunca ia conseguir. E hoje eu ainda não consigo, mas eu sei do caminho que eu tenho percorrido, e espero sempre me recordar que o outro nunca pode ser medida ou fórmula.

Eu já me entristeci demais usando os outros como medida. Por vezes eu olhava algumas pessoas e pensava “nossa, como fulano é feliz, como aquele casal se dá bem, como que eu nunca estarei daquele modo ou de outro”. Entretanto, a única certeza que essa sabotagem pode nos proporcionar é que de fato nós nunca estaremos como o outro, afinal o caminho dele e tudo que o envolve faz parte de outro processo. Por isso, eu sempre gosto de dizer que a melhor coisa que a gente pode fazer por si é “olhar pra gente e cuidar dos nossos detalhes”. Um olhar sempre rico de cuidado e respeito, e inclusive com ajuda profissional. Como o Matheus sempre me diz: Manter a terapia em dia não faz mal a ninguém.
Diante disso tudo, para o ano que vem eu decidi recomeçar, e, ainda mais profundamente, olhar pra mim. Engraçado, nesse processo de recomeço,  hoje no trabalho fizemos uma árvore dos desejos e eu escrevi três coisas: vida, calma e viagens. Sem dúvida esse texto tem relação com meu pedido de calma. A calma ajuda a gente a não cair na pressa constante de um futuro que não chegou. De perder a oportunidade de viver algo de fato. Quantas vezes a gente perde alguma coisa por causa do medo de se frustrar e da pressa. Eu tenho me dado conta que eu perdi tempo demais imaginando como as coisas estavam para ser. Tenho me dado conta também o quanto me doeu quando tudo que eu “imaginei” não foi como aconteceu da forma que pensei.

E, por mais clichê que pareça eu quero recomeçar, do ponto da calma, do ponto de quem aproveita o que está acontecendo e que tem muita fé no que está por vir.
Eu tenho certeza que a vida, sim a vida, ela reserva muitas coisas boas pra quem decide se abrir pra ela. Ainda que venham os desafios, com calma é possível dar conta deles da melhor forma, da sua forma, do seu jeito e sob a sua medida.

Um 2020 cheio de calma e equilíbrio!

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