Quem sairá ao final da pandemia?

Ana Helena está reflexiva.
Mas é bem real, eu ando pensando bastante nisso: quem sairá ao final da pandemia? Qual Ana Helena sai? Porque definitivamente não é a mesma que entrou… E apesar do cenário triste e caótico, o que aconteceu dentro de mim foi até bom.
Aconteceu aí também?

Vamos lá, e já adianto que não estou dizendo que a pandemia acabou. Estou dizendo que agora eu já mudei, e que até acabar total isso ainda devo mudar mais um tanto.

Com uma rotina que nos privou de encontros, tornou tudo mega virtual e ainda me faz lavar saco de tapioca e doritos, dizer que eu não parei pra refletir um monte é mentira.

Tive várias fases.

(Vocês também? Se sim, comenta aqui em baixo pra eu ver que tipo de leitores loucos temos por aqui. 🙅)

Primeiro foi a negação. Achei que nada seria tão longo assim – mas já havia adiado o casamento neste momento e junto com a negação veio a chateação. E a famosa pira né? O que é isso? Será que estamos exagerando?
“Socoooorro Cicarelli”

Depois veio o pânico. E confesso que nesse momento eu beirei o desequilíbrio. Foi quando a ficha caiu, os números aumentaram, a saudade começou a apertar, e a rotina ficou mais apertada. Eu já tinha falado sobre isso aqui.

Confesso que neste momento tive que rever muitas coisas e prioridades (enquanto ainda chorava pelo casamento adiado). Laços de trabalho foram estreitados, e parcerias se mega solidificaram. Foi preciso entender o lado do outro, e ver que se tava difícil pra gente, poderia estar muito mais pra muitas outras pessoas, de muitas formas possíveis e imagináveis. Vi empresas fechando, passando dificuldades, tivemos que nos reinventar profissionalmente. Confessou que deu até uma estafada, mas em relação a isso, eu não faria nada diferente.

Foi aqui também que eu fiquei sem meus pais e irmãos. O choque veio na páscoa sem eles. E ai vieram outras datas, aniversários. E olha, chorei viu? Chorei bastante nesse período.

Mas o textão não é sobre o que eu passei, mas as mudanças que aconteceram, não seja equética Ana Helena.

Então…. foi uma limpeza master na minha vida.
Percebi de quem eu sentia mais falta, e quem foi presença ainda que na distância – e isso foi incrível.
Foi aqui também que eu comecei a notar quem fazia diferença pra mim nos conteúdos que eu consumia, nas marcas que eu comprava. Acho que algumas coisas ficaram bem claras pra todos nós nesse período né? Quem tem valores parecidos, quem se importa de fato com o outro entre outras tantas coisinhas…

Eu também fiquei menos surtada – talvez pelo excesso de surtos do inicio da pandemia. Mais resiliente talvez. Mais em paz. Ah mano, a gente viu que não adianta contar com o ovo no cool da galinha. Devemos fazer o que tá ao nosso alcance, se esforçar ao máximo, e não esperar o que não depende de nós.

E por ultimo, eu fiquei mais de casa (e que outra opção eu tinha?).
Eu redecorei, adquiri plantas, eu cozinhei horrores, eu mudei, eu refiz tudo isso, eu voltei a me apaixonar pela minha roça e dar valor ao pé na grama e sol na pele. Acho que eu parei de ter preguiça, sai do automático sabe?
A gente contou o que consumiu nessa pandemia aqui e aqui.

Eu fiquei alguém melhor, de alguma forma.
Melhor pra mim, pelo menos.
Tá mais legal viver nessa casinha chamada Ana Helena depois de tanta mudança, ainda que por fora a casquinha seja a mesma.

E outro combinado? Não adio mais rolês.
Quer me chamar pro pagode, pro churrasco, pra missa, pra tudo: to dentro.
Só não me chama pra comer peixe ou camarão, né?

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