Como você está ?
Eu sei que andei sumido, mas nem sempre a gente consegue falar. Nos últimos tempos, dias e mês eu me senti um pouco recolhido e por diversas vezes tentei escrever um texto, e, nisso, diversos temas apareceram na minha cabeça e eu acabei tentando meditar eles um pouco mais.
Estive pensando que existem mil coisas que eu gostaria de dizer por aqui, mas que muitas vezes o que eu penso em escrever na verdade são lições que eu preciso aprender sobre mim. Não sei se isso já aconteceu com você, a gente às vezes quer externalizar para alguém sobre algo novo que estamos indo ou fazendo e acaba que a gente não se dá conta de que aquele aprendizado é muito pra nós mesmos em primeiro lugar.
Falo isso pois eu sempre quero dizer para pessoas para fazer isso ou aquilo, escutar aquele podcast, fazer aquela aula de yoga e acabo deixando de vivenciar plenamente aquele momento feito pra mim.
Eu tenho tentado fazer o exercício de estar comigo um pouco mais e fazer aquilo que eu acredito que é bom pra mim da melhor forma possível. Aproveitar meus momentos comigo, celebrá-los, e viver o meu dia a dia com mais presença. Afinal, a vida não está nos momentos que estão por vir, a vida se dá em cada momento, em cada minuto que a gente se da conta de estar presente. A vida não é feita de eventos, mas de presença.
Geralmente todo mundo aconselha a olhar sempre pra frente, mas eu vou repetir: sempre que der, dê uma olhadinha pra trás. Sua história tem um valor inestimável.
Na verdade, na contramão disso que eu disse, vivemos um grande excesso de futuro em nossos tempos, temos medos e ansiedades do que está por vir. Assim, pouco nos damos conta de viver com qualidade e alegria o presente. Entretanto, muitas coisas que estamos vivendo, principalmente no que tange os sentimentos e medos, algo no passado pode tentar nos ensinar alguma coisa. Vou tentar te explicar como:
Quantas vezes um término de namoro, uma carência, um desconforto com algo no trabalho pode nos tirar a paz? São muitas as formas de terminarmos o dia pensando e acabamos nos estreitando em um emaranhado de ansiedades e medos. Na verdade, quando conseguimos olhar para trás vemos que já passamos por alguma situações e ainda que elas tenham sido desafiadoras ou que nos tenham feito sofrer, nos as passamos, afinal, TUDO PASSA.
O que precisamos é ter coragem de dar um olhada para trás e pensar que já passamos por uma diversidade de desafios e, que ainda que outros estejam na nossa frente, temos um futuro e um presente real para viver. Olhar para trás pode nos ajudar em algumas situações a nos encorajar e a ver que somos capazes ou que podemos fazer diferente dessa vez. Sempre, mas sempre, que for olhar para si é para olhar com muita compaixão de si.
Minha motivação para dizer isso veio de uma grande amiga, que nos últimos dias, após ouvir alguns questionamentos meus sobre algo que estava me tirando a paz, me disse: Caso você ouvisse tudo isso que você me disse de um amigo, qual conselho você daria a ele?
Penso que quando aconselhamos alguém nos baseamos nas nossas vivências e aprendizados, assim, ao tentar observar nossas vivências como quem se aconselha, podemos criar a estratégia de usar nossa história como uma modo de se conhecer nos tempos de desafio e poder fazer diferente. Claro que isso é só um motivador para que a gente caminhe na direção de vencer o desafio que estamos passando e criar coragem de ir mais longe.
Não sei se esse texto fez sentido para você, mas caso você não consiga olhar para trás, tente olhar ara dentro e dar nome aos sentimentos que estão aí. As vezes uma angústia sem nome pode ser nomeada e assim pensar um modo para melhor deixar ela passar, afinal ela também vai embora.
Não quero e não vou dizer que a solução de tudo está no que já vivemos, mas uma possível saída está no modo como conseguimos nomear as coisas para vivê-las de um modo um pouco mais confortável. As vezes olhar para situações e ver que não demos conta de superá-las pode nos encorajar a buscar uma ajuda adequada.
Pense bem, olhe pra e olhe pra dentro. Você é o movimento mais importante da sua leveza interior.
30.11.2020
